A defensora pública Ana Cláudia da Silva Alexandre Storch, em atuação na Defensoria Especializada em Direitos Humanos, Coletivos e Socioambientais (DPDH), participou da audiência temática das águas promovida pelo Tribunal Permanente dos Povos em Defesa dos Territórios do Cerrado nesta quarta-feira (1º/12).
A audiência teve como foco denúncias de apropriação privada e contaminação (especialmente por rejeitos de minérios) das águas do Cerrado, como processos provocadores de injustiça hídrica e racismo ambiental para os povos, contribuindo, em razão de sua sistematicidade geográfica e temporal, para o ecocídio do Cerrado e ameaça de genocídio cultural dos povos do Cerrado.
Em sua manifestação na reunião, a defensora Ana Cláudia Storch fez a defesa das Comunidades Geraizeiras – que lutam pela regularização de seus territórios de uso tradicional – do Vale das Cancelas, no Norte de Minas Gerais, e contra a exploração predatória por parte de empresas de eucalipto e pela mineração.
Os Geraizeiros denunciam que os empreendimentos econômicos e o desmatamento têm afetado a qualidade das suas águas e estão matando o Cerrado na região, o que afeta a existência das próprias comunidades.

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Tribunal Permanente dos Povos (TPP)
É definido como um tribunal internacional de opinião, com sede em Roma. Foi instituído em Bolonha, no dia 24 de junho de 1979, como um instrumento de apoio e promoção das lutas dos povos em busca e defesa do direito à autodeterminação, de acordo com os princípios afirmados na Declaração Universal dos Direitos dos Povos (Argel, 4 de julho de 1976).
A Campanha em Defesa do Cerrado foi lançada em 2016 e busca construir um espaço de mobilização conjunta a partir dos territórios deste bioma.